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Energia eólica no Brasil: entre potências

No Brasil, a aplicação mais difundida e significativa de energia eólica foi na utilização de cata-ventos multi-pás para o bombeamento de água, até meados da década de 1990.

De acordo com Lemos (2011), em 1992 foi instalado o primeiro aerogerador moderno no Brasil e, estando conectado à rede elétrica da ilha de Fernando de Noronha, constituía o primeiro sistema híbrido diesel-eólico nacional.

Barbezier (1999) afirma que foram realizadas várias atividades relacionadas à pesquisa tecnológica, bem como desenvolvimento e projeto de protótipos de aerogeradores e sistemas híbridos diesel/eólico/solar em centros de pesquisa, destacando o Centro Brasileiro de Energia Eólica da Universidade Federal de Pernambuco. Porém, até o ano de 2013 o Brasil conhecia apenas projetos eólicos demonstrativos desenvolvidos, em sua maioria, por concessionárias, sendo quase todos com subsídios internacionais.

Energia eólica no Brasil: ranking mundial

De acordo com o Global Wind Report (GWEC, 2024), o Brasil chegou à marca de 30,4GW de potência instalada, ficando em 6° lugar no ranking mundial, atrás apenas de China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Espanha.

Esses 30,4GW de potência instalada representam 15,2% da matriz elétrica brasileira, colocando a geração de energia elétrica a partir de fontes eólicas no 2° lugar da referida matriz, atrás apenas da geração hidrelétrica, que representa 51,6% de toda a energia elétrica gerada.

Embora esteja no 6° lugar do ranking mundial eólico, o Brasil teve a terceira maior nova capacidade instalada do ano de referência, atrás apenas de China e Estados Unidos.

Energia eólica no Brasil: ranking nacional

De acordo com o Boletim Anual (ABEEÓLICA, 2024), os cinco estados com maior geração no ano de 2023 foram Bahia (29,67 TWh), Rio Grande do Norte (26,77 TWh), Piauí (12,82 TWh), Ceará (7,22 TWh) e Rio Grande do Sul (4,94 TWh).

A ótima localização geográfica do Nordeste é o que o coloca no ranking nacional, pois quanto mais próximo à linha do Equador, melhor é a constância e qualidade do vento.


Referência
Lemos, D. F. do A. (2011); Energia Eólica: Cenário Atual e Perspectivas, CTGAS-ER, Natal – RN;
Barbezier, G. L. (1999); Caracterização do Potencial Eólico da Região Nordeste do Brasil Mediante o Modelo Atmosférico ETA-CPTEC. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
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